Toda a Viena em 1 único dia!

Aconteceu em 10 de Junho de 2016.

Belvedere Palace

Neste dia, como de praxe, acordamos cedo e rapidamente nos arrumamos para poder aproveitar ao máximo. Como já sabia que Viena era uma cidade mais cara do que a média dos outros lugares visitados, planejei ficar menos tempo por lá. Este dia então seria uma maratona pela história de Viena, e da Áustria.

O café da manhã do Ruthensteiner hostel foi delicioso. Não só por custar apenas 3,9 Euros, mas acho que também foi o primeiro lugar que tomei café dá manhã acompanhado por amigos (no caso o Joan e Mike). E mineirinho como sou, não dispenso um dedo de prosa com uma xícara de café.

Mozart
A prosa, porém, veio com um pouquinho de pressa, pois tínhamos uma longa caminhada para chegar ao Albertina Platz (praça) até às 10 horas da manhã. Lá é onde iria começar a versão Vienense da Free Walking Tour. Ao contrário dos outros lugares onde fui, aqui o guia turístico era mais velho, um senhor aposentado que fez uma reviravolta na carreira.

A caminhada começou com um pouco de história daquela praça e da família real. Naquela região, no período feudal, havia muralhas que cercavam a cidade. Mas após com a evolução dos canhões do período da Idade Média até a Primeira Guerra (cada vez mais fáceis de transportar e devastadores), a muralha da cidade podia ser facilmente destruída num ataque. Isso para não falar na problemática do crescimento populacional. Então eles mesmos decidiram por retirá-la. No decorrer da caminhada também passamos pelas ruínas da antiga muralha.

Do Albertinaplatz seguimos para o Jardim Burggarten, onde há um Palácio Real que nunca fora habitado, um gigantesco borboletário, além de uma estátua de Franz Joseph I, imperador do império Áustro-húngaro que dominou toda a região da Áustria, Hungria, e Bohêmia (onde hoje é República Tcheca e Eslováquia). A Áustria já fora um país muito maior do que é atualmente, mas por ter perdido a Segunda Guerra, teve suas fronteiras redesenhadas pelos Aliados.

Placa "Aqui viveu Mozart"
Porém a principal atração do jardim sem dúvida era o monumento a Mozart: uma estátua imponente em frente a um jardim de rosas que formam a clave de sol. Essa estátua finalmente faz jus ao gênio que tem o local de seu túmulo desconhecido, por não pertencer à nobreza. Já me adiantando um pouco na caminhada, também conhecemos uma das casas onde morou o Wolfgang Mozart. Para eu que sou músico (amador) e curto as suas obras isso foi sensacional! Mas uma curiosidade, é que muitos lugares em Viena dizem “Aqui viveu Mozart” ou “Aqui viveu Beethoven”. A razão disso, é que eles eram péssimos vizinhos que tocavam música alta até tarde da noite (ainda mais Beethoven quando começou a perder a audição), e, portanto, eram despejados com frequência. Já imaginou ser vizinho deles e ter que ficar ouvindo, por exemplo, um senhor com audição debilitada tocando a quinta sinfonia centenas de vezes até achar o som ideal? Pois é, não parece uma coisa muito legal.

Após o jardim, passamos pela praça Maria Theresa em frente ao Museum Quarter, onde há uma estátua homenageando esta poderosa mulher que foi a única a reinar durante a dinastia Hasburg. Atravessando o antigo portão de entrada da cidade (algo como o Brandenburg Gate de Berlim), seguimos para a praça dos heróis (Heldenplatz). O Heroes Square de Viena tinha a mesma proposta daquele que vira em Budapeste. De um lado havia a estátua de Archduke Charles, primeiro homem a vencer uma batalha contra Napoleão, que até então era considerado invencível. Do outro a estátua do príncipe Eugene de Savoy, que dentre inúmeros feitos em batalhas, protegeu a Áustria contra a invasão do Império Otomano.

Palácio Hofsburg
Ainda em Heldenplatz havia o Palácio Hofsburg, antigo palácio real. Foi ali que, pela sacada, Hitler fez seu discurso de ocupação da Áustria para uma praça cheia de gente. Ao contrário de outros países, aqui a população não se escondia com a chegada do exército nazista, mas vinha prestigia-los... A explicação para isso, segundo o guia, era de que a Áustria, por ser um país que fala alemão, apenas ouvia-se as notícias e rádios da Alemanha. Elas apenas falavam coisas boas sobre o Partido Socialista, Hitler e o seu governo. Logo, as pessoas acreditam que ele era um salvador, e que traria mais empregos para o país. Honestamente eu não aceitei muito essa explicação, e de fato achei o povo Austríaco um pouco "cheio de si". Basta ver os recentes planos para construção de uma cerca de cem quilômetros de comprimento para impedir a entrada de refugiados e imigrantes.

Ainda na caminhada conhecemos importantes catedrais, além da história das aclamadas Imperatriz Elizabeth "Sisi", e a Imperatriz Maria Thereza, que por ter um marido sem "pulso firme" praticamente reinou no seu lugar.

Jardim em frente ao Parlamento
A caminhada apesar de ter sido muito interessante, não passou por todos os pontos previstos no folder. Ao final fomos a um Starbucks para tomar um café e organizarmos os próximos passos. Tomei um café Mocha com saudade da minha gatinha que tem o mesmo nome.

De lá fomos até o Parlamento, onde ao lado havia um jardim lindo cheio de rosas das mais variadas cores.

Assim como em outras cidades, o Parlamento aqui também fora criado no estilo grego, remetendo ao país onde surgiu a democracia. Consegui até identificar a estátua da deusa Atena e Apolo.

Paralmento da Áustria (Joan ali em frente)
No caminho pra o City Hall (prefeitura) passamos num trailer japonês e comemos um combinado de sushis. Não estava muito bom, mas foi uma refeição barata.

Se não fosse pelo aplicativo do Booking.com que indicava as atrações turísticas, jamais poderia dizer que aquele palácio escuro e gótico era a Prefeitura de Viena. O prédio se parecia com uma antiga catedral, ou até uma escola. Lá estava sendo montado algum evento de gala, então não ficamos muito tempo e continuamos nossa caminhada para o palácio Belvedere.

No caminho passamos no Opera House novamente para ver quais óperas estavam sendo apresentadas. E aqui vão as dicas: existem outras casas de ópera que muitas vezes tem um preço mais acessível por não serem uma atração turística. Outra dica é não comprar ingresso de cambista(s). Sempre tem vários cambistas vestidos com trajes típicos de ópera vendendo ingressos. Mas na bilheteria da casa é possível encontrar ingressos dos mais variados preços de acordo com a sua poltrona. Me lembro de ter visto algo entre 16 euros até 200 euros! Então colocamos no nosso roteiro voltar ali para assistir a ópera se desse tempo.

Passamos também, sem querer, na rua das embaixadas. Senti-me orgulhoso de ver a bandeira brasileira tremulando ao vento na nossa embaixada. Lembre-se que não se pode fotografar a embaixada dos Estados Unidos, e isso pode te causar sérios problemas (não me pergunte o motivo).

Palácio Belvedere
O palácio Belvedere foi para mim o grande ápice de Viena, e talvez uma das fotos mais bonitas que tirei. Este palácio era o refúgio de verão do príncipe, e hoje fora transformado num parque. São dois grandes palácios com um imenso jardim em volta, repleto de flores das mais variadas, belas fontes, e pássaros. Eu nunca tinha visto um corvo tão de perto! Em Belvedere também estava exposto a obra "Beijo" de Gustav Klint. Aproveitamos então o belo clima e sentamos por ali para descansar um pouco, pois já tínhamos caminhado bastante. O dia estava ensolarado, e o clima de fim de tarde estava excelente para fazer uma pausa naquela bela paisagem.

De lá voltamos para o hostel, usando o metrô pela primeira vez. Aproveitamos para comprarmos cervejas Erdinger super baratas, e salame na grocery store. Então fizemos uma pausa de trinta minutos para descansarmos e tomarmos um banho. Estávamos a caminho de nossa última parada turística e de lá iríamos ver a vida noturna de Viena.

Com as energias recuperadas, caminhamos até o palácio Schonbrunn com uma Erdinger na mão. Nessa hora Joan me contou bastante da sua experiência no Brasil e ele conhece mais do meu país, e da América do Sul do que eu. Mas aos poucos chegarei lá!

Schonbrunn Palace

Infelizmente chegamos ao palácio no exato momento em que ele fechou. Então apenas tiramos fotos pelo lado de fora da grade. Mas ainda assim deu pra ver que este gigantesco palácio era tão lindo quanto (ou até mais) do que o Belvedere. 

Pegamos o metrô e fomos então para Stephenplatz onde estava acontecendo a noite das igrejas abertas, um festival onde as igrejas convidam o público para conhecer seu interior, algumas com programação e servindo jantar para arrecadar dinheiro.

Andamos um pouco no centro mas não tinha muito movimento e não encontramos a nossa amiga Constanza, então decidimos voltar. No local onde havia as ruínas da antiga muralha da cidade havia uma muralha projetada com luz na parede, fazendo um efeito fantástico e nos mostrando de fato o quão imponente e grandiosa era a mesma.

Ophera House durante a noite
Compramos um khebab de frango e voltamos pro hostel para tomarmos nossa cerveja e comer um aperitivo. Logo Mike se juntou a nós e também fizemos amizade com a Michelle dos Estados Unidos. Conversamos e bebemos bastante, naquele clima legal de hostel. Ao final ganhamos um shot de vodka com pimenta da casa quando o bar estava fechando. Mais tarde as pessoas seguiram caminho para uma outra festa latina, mas já era duas da manhã e eu tinha que dormir para ir para Praga no outro dia, então recusei o convite. Essa energia positiva das amizades de hostel foi sem dúvida uma ótima experiência que tive tanto ali quanto em Berlin. 

Escrever é como reviver o sentimento, e eterniza-lo. Demanda tempo e dedicação, é claro. Mas poder ter essa sensação de curtir um pouquinho mais a viagem faz com que este blog seja muito especial para mim. Como já está fazendo um ano dessa experiência, e de lá até aqui ajudei amigos com dicas de viagem, nada melhor do que continuar esta história especial! Então venha comigo pois Praga está logo aí!...

Photo Gallery by QuickGallery.com

Comentários

Postagens mais visitadas