A história dos Judeus e a Fábrica de Schindler
Depois de ter passado um longo dia e uma noite agitada no dia anterior, me permiti acordar mais tarde, pois este seria um dia mais tranquilo. Era meu último dia na cidade e eu estava sem zlotys (a moeda da Polônia), exceto por algumas moedas. Eu queria fazer ainda a turnê no Jewish Quarter mas o câmbio que me recomendaram ficava do outro lado da cidade. Qual a solução? Passar um dia em Cracóvia sem gastar nenhum zloty! Comi um pão na chapa com salame de café da manhã, já por volta da hora do almoço. Eu também tinha uma variedade de biscoitos, e sementes na mochila. Então se realmente eu precisasse comprar algo poderia usar meu cartão de crédito em uma grocery store.
Então me despedi de Konrad, meu anfitrião, Anette e Monia, que foram também estavam voltando para Varsóvia naquele dia. Como minha internet não funcionava muito bem, apenas consegui ver de onde o free walking tour iria sair, mas fiz confusão com o horário. Caminhei as pressas para o Jewish Quarter, e para meu desespero eu não encontrei ninguém. Fiquei um tempinho lá, apreciando a paisagem, e não demorou para um novo grupo de turistas se juntarem nas escadas. A guia também chegou com o seu guarda-chuva da equipe de turismo “Free Walking Tour” (existem outras também), porém com uma bandeirinha da Espanha no topo do guarda-chuva.
Então me despedi de Konrad, meu anfitrião, Anette e Monia, que foram também estavam voltando para Varsóvia naquele dia. Como minha internet não funcionava muito bem, apenas consegui ver de onde o free walking tour iria sair, mas fiz confusão com o horário. Caminhei as pressas para o Jewish Quarter, e para meu desespero eu não encontrei ninguém. Fiquei um tempinho lá, apreciando a paisagem, e não demorou para um novo grupo de turistas se juntarem nas escadas. A guia também chegou com o seu guarda-chuva da equipe de turismo “Free Walking Tour” (existem outras também), porém com uma bandeirinha da Espanha no topo do guarda-chuva.
Sinagoga Ramuh |
Os judeus sempre sofreram preconceito na história da humanidade, e isso não é uma novidade do Nazismo. Desde sempre eles foram culpados pela morte de Jesus Cristo, e com a igreja tornando-se uma forma igual (ou até maior) do que o estado, os judeus eram literalmente excluídos da sociedade. Isso fazia com que eles se unissem e vivessem em comunidades para se fortalecerem. No caso de Cracóvia não era diferente, e o Jewish Quarter (bairro dos judeus) fora formado do lado de fora das muralhas do Old Square, ou seja, eram não eram nobres.
Escadaria usada no filme A Lista de Schindler |
Com a ocupação nazista no país, todos os judeus a princípio foram obrigados a se mudar para o Jewish Quarter, e posteriormente, foram enviados para o Gueto. O Gueto de Cracóvia foi um dos cinco maiores guetos judeus criados pela Alemanha nazista durante a ocupação alemã da Polônia na Segunda Guerra Mundial. Foi criado com a finalidade de exploração, terror e perseguição dos judeus poloneses locais, bem como a área de teste para separar os "trabalhadores capazes" daqueles que mais tarde seria considerado indigno de vida. O gueto foi exterminado em 1943, com a maioria de seus habitantes enviados para a morte em campos de concentração como Auschwitz. Os muros que separavam o Gueto do resto da cidade tinha o formato de lápides de cemitério, e as entradas e saídas eram fortemente vigiadas por soldados.
Memorial aos Judeus |
Também visitamos muitas ruas e trechos da cidade que foram utilizadas em cenas do filme “A Lista de Schindler”, de Steven Spielberg. Eu até então não tinha assistido ao filme, mas já adicionei na minha lista do Netflix e em breve vou assistir e olhar para as minhas fotos com saudosismo. De qualquer forma sabemos que o filme é uma referência, e é muito aclamado até hoje, tendo ganhado 7 Oscars.
Muro do Gueto (formato de lápide) |
Acredito que a exemplo de Schindler vemos que havia alemães que não concordavam com o regime nazista que lhes era imposto, mas para sobreviverem na ditadura tinham que fingir estar jogando o jogo. O Partido Socialista de Hitler chegou ao poder através de um golpe de estado, e apesar das controvérsias, isso não representaria o desejo de toda uma nação.
Fotos das pessoas salvas por Schindler |
Ao final da excursão infelizmente só pude dar algumas moedas como gorjeta, mas eles definitivamente merecem mais. A dedicação e paixão que os guias dessas empresas tem são incríveis. Eu saí de lá então já no final da tarde, e não tinha mais muito o que fazer a não ser voltar para a casa do Konrad e pegar minhas coisas. Meus ônibus sairia às 22 horas, e eu já queria chegar antes para poder me planejar.
Já no apartamento, fiz o download dos mapas de Budapeste e salvei a localização do hostel no Google Maps. A internet, que não era assim tão boa, resolveu colaborar comigo nessa hora. Então terminei de organizar minhas coisas e parti em caminhada em direção a rodoviária. Como eu ia andar uns 4 quilômetros até a rodoviária, deixei pra tomar banho quando chegasse em Budapeste. Primeiro pois já ia suar na caminhada, segundo pois colocar as toalhas molhadas na mala não seria uma boa ideia.
Letreiro da Fábrica de Schindler |
E foi com esse sentimento de querer explorar ainda mais que eu entrei no meu próximo ônibus: dessa vez para Budapeste, na Hungria. Tive que ficar atento pois nem sempre a companhia que está no seu bilhete é a mesma escrita no ônibus. Mas fiquei maravilhado de ver que só precisava mostrar o QR code da passagem pelo celular (sem nenhum papel).
Ao ver as luzes de Cracóvia se afastando eu não pude deixar de lembrar de quando saí de Berlim. Era notável o quanto eu já havia mudado. Com apenas uma semana eu já me sentia como um viajante experiente, que sabia exatamente para onde estava indo... E que com uma boa música e seu inseparável travesseiro de pescoço, era capaz de ter uma boa noite de sono num ônibus a caminho de Budapeste.
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